quarta-feira, 17 de novembro de 2010


Quando eu era pequena minha avó costumava me levar pra cima e pra baixo no fusca bege o qual ela sucede no amor do meu avô, que buzinava muito e estava sempre se trancando com a chave dentro. Era preciso chamar o vizinho José pra dar um jeito. Anos depois José viria a me dar cantadas quando passva por lá. Que nojo. A questão é que um dia calhou de eu e o Bruno estarmos na mesma carona, no banco de trás do fusca. Eu sempre fui um poço de vergonha. Mas minha vó, ela não entendia. Mandou, ao chegarmos no meu ponto, que eu desse um beijo de despedida no meu primo. Pra mim, seria muito melhor me atirar da cacimba. E eu saí correndo, mas ela gritou tanto que eu tive um relâmpago de perturbação mental e voltei, dei um beijo na testa e corri, corri tanto que parecia que eu tinha visto um máscarado e estava correndo pra me enfiar na janela da Vó Gilma. Anos mais tarde, a lembrança de ele me dando uma miniautra de um garrafa de Fanta Laranja. Sinceramente, não sei se ele me deu ou se fui eu que roubei. Era minúscula, mas era idêntica, com direito a tampinha de alumínio, que eu abri e fiquei colocando Fanta Uva com o enorme desejo de que o rótulo também se convertesse porque eu não gostava da de laranja.

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